quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Abertura da Marcha das Margaridas reúne 50 mil pessoas em Brasília

Cerca de 50 mil pessoas acompanharam a abertura da 4ª Marcha das Margaridas na tarde desta terça-feira (16), no Parque da Cidade, em Brasília. A marcha é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agriocultura (Contag) e outras entidades sindicais.

Nesta quarta, as trabalhadoras fazem marcha na Esplanada dos Ministérios por mais direitos às mulheres no campo. Para a realização do evento, trechos do Eixo Monumental estarão fechados entre 6h e 12h.
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que estava na abertura do evento, afirmou que a marcha não vai causar incômodo à população. "Tenho certeza que não vai ser um transtorno."
Coordenadora da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, Carmen Foro disse que desde a primeira marcha as mulheres "saíram da invisibilidade". “Não acreditamos que há desenvolvimento sem justiça, autonomia, liberdade e igualdade entre homens e mulheres.”
O nome da marcha, que também aconteceu em 2000, 2003 e 2007, é inspirado na sindicalista rural Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 em Alagoa Grande, na Paraíba. Entre os objetivos dos manifestantes está o protesto contra as desigualdades sociais, a denúncia a todas as formas de violência, exploração e dominação e o avanço na construção da igualdade para as mulheres.
A líder camponesa Elizabeth Teixeira, de 86 anos, foi homenageada durante a abertura. Viúva do fundador da Liga Camponesa de Sapé, na Paraíba, João Pedro Teixeira, ela foi presa durante a ditadura e teve marido e dois filhos assassinados na luta por terra. “É muito difícil a vida dos trabalhadores do campo.”
Acompanhada de quatro amigas e um amigo, Maria Da Glória Carneiro Santos, de 56 anos, saiu de Várzea da Roça, na Bahia, para participar pela primeira vez da Marcha das Margaridas. Ela disse que vende cocada para merenda escolar e que está pela segunda vez na cidade. “Espero que a presidente, como mulher, olhe mais para nossas necessidades.”


PLATAFORMA POLÍTICA MARCHA DAS MARGARIDAS:


As Mulheres Trabalhadoras Rurais do campo e da floresta estão na luta e nas ruas por desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.
Principais eixos da nossa plataforma:

BIODIVERSIDADE E DEMOCRATIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS – BENS COMUNS:Em defesa do patrimônio genético, gestão e manejo sustentável dos bens comuns, da matriz energética sustentável, de uma vida saudável, sem agrotóxicos e transgênicos. Em defesa do agro extrativismo, da terra, da água e da floresta viva.

TERRA, ÁGUA E AGROECOLOGIA:Na luta pela reforma agrária, o acesso das mulheres a terra, a democratização e racionalidade no uso dos bens comuns, da agroecologia como modo de produzir e se relacionar na agricultura.

SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL: Queremos o fortalecimento da agricultura familiar,  alimentos saudáveis para a população, a valorização da organização produtiva das mulheres, do comércio justo e solidário e do consumo responsável.

AUTONOMIA ECONÔMICA, TRABALHO, EMPREGO E RENDA:Em defesa da autonomia econômica das mulheres, dos direitos trabalhistas e previdenciários; apoio à organização produtiva com crédito e assistência técnica; valorização da política nacional salário mínimo; por creches nas comunidades rurais;  pela. divisão sexual do trabalho e igualdade no mundo do trabalho,

SAÚDE PÚBLICA E DIREITOS REPRODUTIVOS:Sistema Único de Saúde (SUS) de qualidade;  assistência integral à saúde da mulher; pelo direito ao nosso próprio corpo.

EDUCAÇÃO NÃO SEXISTA, SEXUALIDADE E VIOLÊNCIA:Por uma educação não sexista, pela autonomia econômica e pessoal, livre orientação sexual e o fim de todas as formas de violência contra as mulheres

DEMOCRACIA, PODER E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA:Democracia plena; pela ampliação da participação das mulheres do campo e da floresta nos espaços de poder e decisão política no país e no MSTTR; reforma política  com igualdade para as mulheres.



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