sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Campanha alerta sobre violações de direitos humanos das mulheres

 

Campanha alerta sobre violações de direitos humanos das mulheres

Violência doméstica está entre os temas abordados este ano



O Fundo Brasil de Direitos Humanos começa a veicular neste mês a campanha “Direitos Humanos – Vamos jogar mais luz sobre esse tema”. A proposta é chamar atenção sobre diferentes formas de violações de direitos humanos e captar recursos para apoiar iniciativas que busquem transformar essa realidade.
A primeira peça trata dos Direitos da Mulher. Pelo menos 20 dos 108 projetos apoiados pelo Fundo Brasil desde 2007 são diretamente relacionados a essa questão. Organizações e indivíduos de todas as regiões do país lutam contra situações de violência e discriminação enfrentadas pelas mulheres.
O reconhecimento de paternidade, o atendimento à saúde adequado e a busca das mesmas oportunidades que os homens têm no mercado de trabalho são algumas das reivindicações dos grupos apoiados. Mais que isso, a violência doméstica, a exploração sexual e o tráfico de pessoas são graves problemas ainda enfrentados.
A campanha que está no site www.fundodireitoshumanos.org.br é um convite para as pessoas que se preocupam e querem fazer algo, mas não sabem como. A campanha visa viabilizar a participação concreta de mais pessoas para que o Fundo Brasil possa apoiar ainda mais projetos de defesa e promoção dos direitos humanos.
O valor doado por cada um que se sente indignado com a violação dos direitos humanos irá beneficiar pequenas organizações, transformando-se em trabalhos de conscientização, apoio a redes de contato e outras formas utilizadas para reverter as situações de abuso.
Sobre o Fundo Brasil
O Fundo Brasil de Direitos Humanos é uma fundação de direito privado com  sede em São Paulo e atuação em todo o País. O Fundo tem como proposta impulsionar as atividades de pessoas e pequenas organizações não governamentais voltadas para a promoção e defesa dos direitos humanos, criando mecanismos sustentáveis de doação de recursos. Os projetos são escolhidos por meio de editais anuais. O Edital 2011 recebe inscrições até 28 de fevereiro.
As contas do Fundo Brasil são publicadas anualmente, auditadas e fiscalizadas pela Curadoria de Fundações do Ministério Público.


Em: http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/donnadc/19,0,3210861,Campanha-alerta-sobre-violacoes-de-direitos-humanos-das-mulheres.html




Sabemos que hoje, é dada grande ênfase a questão de gênero dentro das políticas públicas adotadas pelos governos neoliberais atuais (Lula/Dilma) e a própria Comissão dos Direitos Humanos é parte atuante dentro dessa face politicamete correta e apoiada pelo governo. Contudo, o que a primeira vista parece um avanço no reconhecimento dos direitos equivaletes entre homens e mulheres na verdade esconde um mal disfarçado problema estrutural da nossa sociedade. É como se passassem tinta em uma parede estruturalmente debilitada, que ameaçasse todo tempo cair. E, diga-se de passagem, sobre a cabeça dos que sofrem os males que tal "parede" pode causar.
O interesse encravado nas políticas públicas neoliberais é o de desfocalizar a questão do problema. Assim como é feito em todos os âmbitos da vida em sociedade como a esfera da educação e saúde por exemplo, aqui, o foco é colocado no micro, na família, como se investindo em politicas de inserção familiar e principalmete de mulheres nos espaços públicos da sociedade, o problema pudesse ser resolvido.
Quando o foco passa da estutura da sociedade para a familia, perde-se o horizonte das reinvindicações e de até aonde elas podem chegar. O feminismo, como movimento de luta por igualdade entre os sexos não pode deixar-se cair no conto do vigário da bela tinta sobre a parede defasada. Devemos entender que, por mais que existam políticas públicas de inserção feminina, a questão histórica do patriarcado como principio constituinte da sociedade capitalista ainda não foi superada. E se distancia cada vez mais dessa superação na medida em que os movimentos se perdem em questões micros e se esquecem de analisar globalmente a nossa sociedade.
O grande triunfo do neoliberalismo sobre os movimentos sociais é conseguir desfocalizar e fragmentar as lutas e é contra isso também que lutamos. Mas, mais do que isso, lutamos contra uma sociedade falida, que por sua própria essencia é dissociadora e fragmentadora, machista e patriarcal, desigual e injusta.
É contra a sociedade capitalista em todas as suas mutações históricas que lutamos, sem ignormos os impasses da nossa época.
Não podemos diminuir o horizonte à inserção a todo custo da mulher em todas as esferas econômicas e de poder, mas sim, devemos enxergar que a superação total da sociedade machista em que vivemos só é possível com a superação desse sistema a qual está atraleda. 
Além do mais, a luta das mulheres é também a luta daquelas e daqueles que sofrem com as mazelas do Capital, seja pelas desigualdades econômicas do mesmo ou das desigualdades de sexos.


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