domingo, 6 de fevereiro de 2011

Moção de repúdio ao machismo na universidade e no movimento estudantil

Moção de repúdio ao machismo na universidade e no movimento estudantil
No último ano o machismo mostrou diversas vezes que continua presente na universidade brasileira. Podemos citar dois exemplos bem repercutidos pela mídia como da estudante de turismo Geisy Arruda, duramente hostilizada pelos colegas de universidade ao usar um vestido considerado muito curto e o “Rodeio das Gordas” UNESP, um chocante ato de machismo que consistia basicamente em os meninos montarem nas meninas que consideravam gordas, da mesma maneira que é feita nas arenas de rodeio.
Casos como esses só ocorrem graças à ditadura da beleza imposta pela sociedade capitalista e machista e reforçada pelos meios de comunicação diariamente. O tempo todo as mulheres são julgadas de acordo com sua aparência estética. Para serem valorizadas como profissionais as mulheres devem, primeiro, corresponder a um ideal estético que se refere a um modelo de feminilidade que nos coloca em uma situação de subordinação. Além disso, representa mais uma face cruel da violência que as mulheres sofrem cotidianamente na sociedade.
Nós mulheres estamos na universidade porque muitas que vieram antes de nós reivindicaram o nosso direito à educação. As mulheres representam hoje 55% de estudantes universitárias. Ainda assim, sabemos que a imposição machista está enraizada em todas as relações na academia. Existem desafios a serem superados, no sentido de romper preconceitos e discriminações sociais que subestimam as mulheres e as concentram em áreas do saber relacionadas ao que é tradicionalmente considerado feminino, como alguns cursos de humanas e saúde (pedagogia, enfermagem, letras, nutrição e etc).
Os recentes casos de machismo na comunidade acadêmica nos remetem a outro desafio colocado para a presença das estudantes na universidade, como reconhecimento de que temos direito de ocupar os espaços de direção, assim como estarmos em pé de igualdade com os homens no que se refere à produção de conhecimento.
O machismo na universidade apenas reflete a realidade que vivenciamos na sociedade. A universidade ‘e reflexo do meio social que a constrói. Ao mesmo tempo esta que deveria ter o papel de transformar as relações de desigualdade estabelecidas no meio social, está na verdade reproduzindo a opressão. Infelizmente, os trotes machistas não são um fato isolado, podemos citar tambem a rifa de uma prostituta em um Encontro de Estudantes de História, por exemplo, e os vários cartazes de festas e calouradas que mercantilizam o corpo das mulheres.
Nós mulheres, organizadas na União Nacional dos Estudantes, somos protagonistas de nossa historia e, para transformar a realidade, é essencial fortalecer a luta cotidiana pelo fim do machismo. Repudiamos toda e qualquer manifestação de opressão, nos solidarizamos com todas as estudantes que sofreram essa violência na UNESP e exigimos punição a todos os envolvidos nesse e em qualquer caso de agressão física e/ou psicológica contra a mulher.




Moção aprovada no 13° Coneb e elaborada pelas mulheres da Une

Um comentário:

  1. Estamos aqui! Oficializando seguidoras!
    Veja também o blog do Processo Criativo em dança Contemporânea FEMALE VIRIL - aninhando-se a sexualidade feminina.

    http://femaleviril.blogspot.com

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